Blog dedicado a toda a iconografia e memorabília dos diversos Nacionalismos Europeus. (1926-1945)Dirige-se essencialmente a coleccionadores e curiosos desta temática bastante rica em uniformes, distintivos, e condecorações.
Abrange também o período da 1ª Guerra Mundial (1914-1918)
AVISO: Este não é um blogue de carácter politico.Pretende apenas mostrar alguns aspectos da recente História passada, sem complexos e tabus.Trata-se apenas de um espaço de carácter histórico.
Celebra-se precisamente hoje, dia 26 de Abril, o 75º Aniversário do Bombardeamento pela Aviação Nacionalista, da cidade Basca de Gernika, e como tal, sinto-me na "obrigação" de recordar este dia, através da publicação de um post., bem como colocar mais algum material alusivo à Guerra Civil de Espanha, pertencente à minha colecção.
Todos já conhecemos, através da versão oficial dos factos, que as culpas do Bombardeamento foram atribuidas à Aviação Alemã, através da sua LEGION CONDOR.Este episódio trágico da Guerra Civil Espanhola (GCE) ao ser imortalizado pelo pintor Pablo Picasso, através do célebre quadro "Guernica", contribuiu e muito, sem qualquer dúvida, para corroborar esta versão oficial dos factos.
Contudo, existe outra abordagem àcerca da destruição de Gernika, em que conta que os factos outrora ocorridos não foram como a "História Oficial", nos quer fazer crer....
Como este blog é um espaço sem tabus, resolvi publicar a outra versão relativamente a este acontecimento.
Caberá pois aos leitores, retirarem as conclusões que acham que devam retirar.
GERNIKA-O MITO
A GCE, com todos os seus factos, mitos e paixões, representa não só um exemplo clássico e paradigmático do inculcamento de uma visão pré-concebida e deformadora da realidade, como também permite, por analogia, a análise comparativa de evoluções políticas das sociedades mais próximas de nós, no tempo e, até, no espaço. Sendo questionável considerá-la como prelúdio da Segunda Guerra Mundial, é, no entanto, indubitável reconhecer que ela se viu, de facto, envolvida no lúgubre turbilhão que agitou o globo no segundo quartel do século recém findo. O estudo dos acontecimentos da GCE tem sofrido a deformação dos propagandistas filocomunistas sem qualquer oposição significativa. Os outros historiadores, nestes domínios, sempre pecaram por omissão. Por paulatina repetição, as mentiras e inverdades mitificaram-se e fossilizaram-se, sendo hoje, muitas delas, consideradas factos irrefutáveis, instalados no imaginário do mais insuspeito cidadão.
COLECÇÃO "LEGION CONDOR"
Avulta entre os mitos mais eficazmente inculcados no património informativo do público o relativo à destruição de Guernica, a vetusta cidade biscaína que alberga os símbolos da liberdade dos povos bascos. Contrariamente ao que é costume afirmar-se, os rebeldes não tiveram nem o monopólio nem sequer a primazia dos bombardeamentos aéreos indiscriminados sobre populações civis. Os governamentais destacaram-se nesse campo sendo Oviedo, Saragoça e Huesca exemplos bem marcantes de cidades massacradas pelo terror aéreo. Os bombardeamentos de Barcelona e especialmente de Guernica, tão propagandeados pela Frente Popular, foram executados por italianos e alemães. Na capital catalã, uma das bombas atingiu um camião de munições, tendo a explosão, assim amplificada, provocado a morte de cerca de 800 pessoas. Em Guernica, um dos grandes mitos da GCE e sede dos símbolos forais das liberdades bascas, terão morrido cerca de 120 pessoas e não os milhares divulgados pelos propagandistas franceses e anglo-saxónicos simpatizantes da causa da Frente Popular. Para colocar a questão na sua devida ordem de grandeza, note-se que, naquela região, só num assalto a uma prisão, detonado por um bombardeamento dos sublevados em que morreram cinco pessoas, foram linchadas 224 pessoas, incluindo sacerdotes e religiosos.
VIDEO "VERSÃO OFICIAL"
VIDEO VERSÃO "NÃO CONFORME"
O bombardeamento de Guernica não foi mais que um dos muitos episódios da ofensiva das forças rebeldes a Norte, neste caso na campanha militar para a conquista de Bilbau. Com o impasse em Madrid, nó-górdio da Guerra e, por várias razões (qualidade e quantidade das tropas em confronto), a frente principal, Franco resolveu deslocar o centro de gravidade da guerra para o Norte. Na Biscaia, na Cantábria e nas Astúrias, ainda na posse dos governamentais, encontrava-se quase toda a indústria de armamento e explosivos do país bem como as mais importantes minas de ferro, carvão e zinco. A manobra era arriscada, já que ao diminuir a pressão sobre a Capital, permitia ao Governo recuperar a iniciativa, dispondo de um exército forte, muito bem equipado e organizado, e moralmente reforçado por ter sido capaz de travar Franco. Por outro lado, o objectivo não era simples. A orografia favorecia a defesa e não o ataque, as forças oponentes estavam bem equipadas e eram numerosas embora o seu moral não fosse o mais elevado. A convivência entre forças ideológicas tão díspares como o PNV de José António Aguirre e os seus aliados frentepopulistas nunca foi fácil e a criação de um governo autónomo basco (mesmo que tivesse na sua composição ministros socialistas e comunistas) não veio facilitar as coisas. A agravar essa questão de fundo, o falhanço da reconquista da província basca de Álava, em que 15.000 combatentes, com total supremacia aérea e artilheira, não haviam conseguido levar de vencida 800 revoltosos, entrincheirados em Villareal, não era de molde a alimentar o ânimo. Este desaire valeria a José António Aguire, por chacota, o epíteto de Napoleonchu. As deserções para os sublevados, sobretudo de montanheses cantábricos, eram frequentes; digna de nota foi a fuga para as tropas de Mola de um dos projectistas do conjunto de fortificações (o Capitão engenheiro Alejandro Goicoechea) que o lehendakari Aguirre mandara construir para proteger Bilbau, intitulado Cinturão de Ferro.
A ofensiva poderia ter começado por qualquer das três regiões. A partir de Oviedo, directamente sobre Santander ou sobre a Biscaia. Mola preferiu esta última quer porque tinha a leste (na ocupada Guipúzcoa) e a sueste importantes concentrações de forças basco-navarras, entretanto já organizadas em brigadas e divisões, à semelhança do que fizera Madrid com as suas tropas, quer por haver vários caminhos alternativos para a penetração. Eram 39 batalhões ao ataque contra 50 à defesa; algum equilíbrio em artilharia e supremacia aérea dos sublevados com a entrada em jogo da Legião Condor e dos italianos. Quando o avanço começou a 31 de Março, quer a tentativa feita pelo sul quer, depois, a do Leste, pelo eixo Durango-Guernica, demonstraram a necessidade de suprir a insuficiência artilheira pela arma aérea. A aviação italiana atacou Durango, tendo causado cerca de 200 mortos.
O Gen. Juan Vigón, comandante da 4ª Brigada de Navarra, ao não conseguir transportar a artilharia que necessitava (retida na conquista dos montes Intxortas) para envolver a área a Norte de Durango, anuiu na colaboração da Legião Condor, proposta por Wolfgang von Richthofen. As acções requeridas, de natureza táctica, tinham por objectivo, por um lado, fustigar o inimigo que recuava da frente de Marquina permitindo assim acelerar o avanço da Infantaria e, por outro, destruir os acessos aos caminhos de fuga, em direcção a Bilbau. É provável que o comando alemão pretendesse infligir um castigo exemplar ao inimigo em debandada para colher os louros de uma rendição precipitada ou até para vingar o linchamento do seu piloto que tivera de saltar em pára-quedas, em Bilbau. Talvez por isso tenha decidido, por sua conta e risco, envolver meios aéreos superiores aos necessários para responder às necessidades de Vigón.
CONDECORAÇÕES, MEDALHAS E BIVAQUE DA LEGION CONDOR
No dia 26 de Abril, o conjunto urbano Guernica-Luno, com perto de cinco mil habitantes de acordo com o último censo de então, a que há ainda que descontar mais de 370 jovens a cumprir o serviço militar, foi atacado pela aviação ao serviço dos sublevados. O ataque iniciou-se com a missão exploratória de um bimotor Dornier-17 da Legião Condor, seguido pela passagem de três Savoia Marchetti-79 italianos (saídos de Soria) que sobrevoaram e bombardearam, com 12 bombas de 50 Kg cada, a parte oriental do objectivo cerca das 16h20m, sem causar grandes estragos. Seguiram-se dois bimotores alemães Heinkell-111. Duas horas depois a Legião Condor atacou em força a povoação, com três esquadrilhas, em tandem e em cunha, lançando mais de 20 toneladas de bombas, de fragmentação (250 e 50 Kg) e incendiárias com retardamento (1 Kg). A única passagem dos aviões fez-se de Norte para Sul, paralelamente ao eixo do caminho-de-ferro, desde o mar, passando pela ponte de Rentería, sobre o rio Oca, aparentemente o verdadeiro objectivo militar do bombardeamento. A força atacante foi constituída por 18 ou 19 Ju-52, escoltados por 10 caças italianos Fiat-32. As condições do vento que soprava de nordeste com muita força, associadas à grande quantidade de pó e fumo provocados pelas vaga da frente, bem como a inexperiência da maior parte dos pilotos da Legião Condor propiciaram o erro técnico que esteve na origem da destruição de parte da povoação. Cerca de um quinto da área urbana ficou arrasado, por impacto ou explosão, mas os incêndios que se propagaram nas horas imediatas acabariam por afectar praticamente 70% dos edifícios. Contudo, a parte histórica, incluindo o lendário carvalho, salvou-se da destruição, ao contrário do que os propagandistas afectos à Frente Popular sempre afirmaram, por ignorância ou má-fé.
VIDEO ISTITUTO LUCE-AVIAÇÃO ITALIANA GUERRA CIVIL ESPANHOLA
Mais de um quarto dos mortos resultou da derrocada de um refúgio inacabado, o de Santa María, indevidamente utilizado, segundo afirma Cástor Uriarte. Este responsável municipal pela Protecção Civil dá uma cifra global inferior a 250 pessoas mortas, indicando também, para além do refúgio, o Asilo Calzada e o princípio da estrada de ligação a Luna, como os de maior densidade de mortos. A maioria dos habitantes assistiu ao bombardeamento a partir das colinas envolventes, onde haviam procurado um refúgio mais eficaz.
EDIÇÃO ITALIANA DO JORNAL DEDICADO À GUERRA CIVIL ESPANHOLA, DA "AVIAZIONE LEGIONÁRIA" (NOVEMBRO 1938)
O interesse militar de Guernica, ao contrário do que normalmente se afirma, era bem significativo já que na localidade existiam importantes indústrias bélicas e quatro aquartelamentos militares. Aparentemente, o objectivo da aviação militar não eram essas instalações logísticas mas sim, como já se disse, tentar cortar a retirada ao Corpo de Exército basco, impedindo-o de atravessar a ria de Mundaca a fim de se refugiar na linha protectora Bermeo-Guernica, cintura avançada de Bilbau. Contudo, a decisão do General Mola em manter o eixo de marcha da 1ª Brigada Navarra sobre Durango acabou por retirar qualquer consequência militar ao bombardeamento táctico de Guernica.
DISTINTIVO FERIDOS DA LEGIÃO CONDOR EM PRIMEIRO PLANO
Rafael Casas de la Vega, no seu livro, Errores Militares de la Guerra Civil, dá nota de uma conversa que teve em França com o cónego Alberto de Onaindía que, ao ir buscar sua mãe à zona de Marquina, fora testemunha involuntária do bombardeamento. O religioso, autor de um livro intitulado, Hombre de paz en la guerra, onde relata com seriedade o que viu, contou-lhe como no regresso da viagem se havia encontrado com o lehendakari Aguirre, seu amigo. Este, ao aperceber-se do alcance político que a publicidade internacional sobre o caso estava a trazer à causa basca, pediu-lhe que, uma vez em França, tentasse divulgar ainda mais o bombardeamento de Guernica.
ANNO XVI-1938
Cabe perguntar porquê Guernica e não Durango (bombardeada pelos italianos) onde o número de baixas fora maior!? Com a intervenção germânica conhecida, os sectores que em Londres mantinham uma tensa vigilância à política expansionista alemã, também não descuraram a oportunidade de meter os alemães em cheque. O correspondente do The Times, Lowther Steer, vendo a oportunidade, rapidamente editou um livro em que a verdade surgia distorcida, empolando ao exagero a acção da Legião Condor. A publicação, como seria de esperar, calou fundo em muitos sectores conservadores britânicos, até aí mais inclinados para a causa rebelde.
Todas essas campanhas internacionais, dirigidas com grande dinamismo, contaram com o paradoxal apoio do Comando dos insurrectos e dos meios informativos ao seu serviço. Estes empenharam-se em negar o facto, por demais evidente, atribuindo a destruição e o incêndio da vila às tropas bascas em retirada (maioritariamente constituídas por comunistas e anarquistas), à semelhança do que estes haviam comprovadamente feito em Irún e em Eibar, aplicando a táctica da terra queimada. A provável mentira total só veio amplificar ainda mais o mito de Guernica.
Criou-se assim mais uma lenda negra que procura fazer acreditar que o ataque tinha como objectivo estratégico deliberado a destruição da vila e, concomitantemente, dos símbolos da identidade e liberdade bascas. A tese romântica de que a Legião Condor pretendia destruir esse conjunto emblemático é desmentida, com evidência, pelo próprio facto da Casa de Juntas (ou dos Fueros) e a Arbola terem ficado indemnes. Posteriormente, em 1976 viria a surgir uma prova documental irrefutável, constituída pelas ordens de combate do destacamento aéreo italiano (ordem de operação nº 48 do Comando do Grupo do aeroporto de Soria), encontradas por Massimo Olmi em 1976 e publicadas por Jesús Salas. Nelas, para além de se confirmar a efectiva participação dos italianos na operação (sempre desmentida ou ignorada), afirma-se que o objectivo é o bombardeamento da ponte de Guernica e que a povoação, por evidentes razões políticas, não deve ser bombardeada.
Com o intuito de dourar a pílula, Guernica é sempre apresentada como uma área aberta, sem o menor interesse militar, o que, como já vimos, não correspondia à verdade. Para marcar ainda mais a imagem de idílica localidade e, quiçá, aumentar o hipotético número de vítimas, fala-se ainda do facto de o dia 26 de Abril ter sido dia do mercado semanal a que haviam ocorrido todos os lavradores da região; assim, o descontraído e pacífico encontro rotineiro, teria sido dispersado pelo inesperado e mortífero ataque da aviação alemã. A realidade, porém, é que o mercado bem como o jogo de pelota que normalmente lhe sucedia havia sido cancelado face à proximidade da frente, a menos de 15 Km, e à avalanche de tropas bascas em retirada, apenas tendo estado presentes um pequeno número de lavradores inadvertidos.
Guernica também passou à História como o paradigma dos ensaios da estratégia aérea. Das declarações de Goering aos investigadores ingleses Maier e Sender, durante o julgamento de Nuremberga, pretenderam alguns inferir que a Legião Condor havia usado a Guerra Civil de Espanha como banco de ensaio de novas armas e materiais para a Luftwaffe. Se o fez, não foi certamente em Guernica já que o grosso dos aviões utilizados pelos alemães era, já na altura, considerado tecnicamente ultrapassado. As bombas foram as padronizadas para as Forças aéreas alemã e italiana, sem qualquer inovação. Resta apenas considerar Guernica como uma experimentação das teses do General Douhet sobre o emprego da arma aérea, o que estava formalmente proibido por Franco e Mola, quanto mais não fosse pela protecção devida às numerosas quintas-colunas.
Nº ESPECIAL DA REVISTA "DIE WHERMACHT" DEDICADO À GUERRA DE ESPANHA.
Outro dos testemunhos amiúde invocados como justificadores da agressão gratuita, é o do ás da Força Aérea Alemã, Adolf Galland. No seu livro Os primeiros e os últimos, Galland afirma que os pilotos da Luftwaffe que haviam estado na Legião Condor não gostavam de falar sobre Guernica. Alguns historiadores para realçar o embaraço do ás alemão, dão-no mesmo como tendo participado na operação. Ora Galland só desembarcou em O Ferrol, a 7 de Maio; graduado em capitão, iria comandar uma esquadrilha de caças bi-planos Heinkel-51, alcunhada Mickey Mouse e apenas teria o seu baptismo de fogo na batalha de Brunete. No princípio dos anos 80, tive oportunidade de conversar com Galland durante um festival aeronáutico em Falcon Field, um aeródromo nos arredores de Phoenix, Arizona, e o velho general confirmou-me que, tanto quanto tinha conseguido saber, o bombardeamento de Guernica, fora mesmo um exercício aéreo de iniciativa alemã, sob o pretexto do ataque à ponte sobre o Rio Oca (já a cargo dos italianos), destinado a estudar a sincronização do bombardeamento em passagens agrupadas, com o deficiente equipamento aéreo então disponível. No entanto, insistiu que, das conversas que teve com os seus camaradas que haviam participado na operação, colheu a certeza de que o núcleo urbano sempre estivera fora dos objectivos delineados e que só as más condições de vento e de visibilidade, e a inexperiência dos apontadores, permitiram o resultado que a História registou. Como muitos outros que não testemunharam presencialmente os factos mas que sabiam não ser (totalmente) verdade a história divulgada pela propaganda dos sublevados, Galland estava mesmo convencido de que da agressão aérea resultara num número de vítimas considerável. Quando lhe expliquei que isso era materialmente impossível e que, de acordo com os dados que então conhecia, o número de mortos não deveria ultrapassar 250, ficou deveras surpreendido e comovido.
O Guernica de Picasso
Mas a imagem distorcida e falsa ficou e muito dificilmente se poderá repor a verdade. Em Guernica, o Mito superou a História e acabou por ficar imortalizada pelo genial pincel de Picasso que, com o seu famoso quadro, consolidou uma lenda que muito dificilmente alguém corrigirá. Picasso havia sido nomeado Director do Museu do Prado em Agosto de 1936 mas nunca tomou posse. Com toda a probabilidade, achava que, naqueles tempos, os ambientes franceses eram mais propícios à sua criatividade …
Em Janeiro de 37, Max Aub, adido cultural da embaixada espanhola (frentepopulista) em Paris, tinha contratado Picasso para a realização de um mural ou painel para ilustrar o Pavilhão de Madrid na EXPO (universal) a realizar na capital francesa. O valor acordado foi 150.000 francos franceses, o qual lhe foi pago em 28 de Maio de 1937 (e o recibo assinado a 31), a título de gastos, classificado na rubrica contabilística Propaganda de acordo com o documento que se encontrou nos arquivos pessoais de Luís Araquistáin, na posse de seu filho Ramón, de alcunha Finki.
PAVILHÃO PORTUGUÊS-EXPO PARIS 1937
Não é que credível que, face à responsabilidade da encomenda (e do seu valor, que correspondeu a mais de 10% do custo total do Pavilhão espanhol), o pintor só o começasse a executar a 1 de Maio como reza o mito quando a EXPO deveria abrir a 23 desse mês, para comemorar o 1º centenário do Arco do Triunfo. Foram razões imponderáveis, relacionadas com um surto grevista em França que protelou a abertura dos vários pavilhões. A não ser que Picasso tivesse o dom da presciência, seguramente não era em menos de um mês que conseguia pintar um painel com 3,5 m por 7,77 m e 300 kg de peso. Resta serena e logicamente concluir que o mesmo foi iniciado muito antes de 1 de Maio. Ora, o ataque aéreo a Guernica aconteceu em 26 de Abril…
EXPO PARIS 1937-PAV.PORTUGUES
O quadro, que segundo o seu autor demorou a fazer sessenta dias, foi dado por concluído entre 6 e 8 de Junho pela sua amante da altura, a fotógrafa e pintora jugoslava Dora Maar, que terminou o painel nos detalhes que Picasso considerava mais cansativos e monótonos. Foi entregue formalmente em fins de Junho e colocado no seu lugar, no Pavilhão espanhol, em 11 de Julho. A 28 de Maio, no exacto dia em que recebeu os 150.000 FF, Picasso efectua uma declaração contra a posição fascista dos rebeldes franquistas e afirma que chamará Guernica ao mural em que está a trabalhar… Esta Declaração foi feita por exigência do embaixador de Madrid em França, Luis Araquistáin, para combater o boato que corria em alguns meios intelectuais e na imprensa da altura que dava Picasso como simpatizante de Franco.
EXPO PARIS 1937
Nunca uma acção tão limitada nos seus fins e tão reduzida nos meios que utilizou teve tanta repercussão nem tamanha projecção universal.
Termino com algumas considerações:
(1) Em minha opinião, a GCE foi a grande guerra ideológica do séc. XX enquanto que a Segunda Guerra Mundial foi essencialmente um confronto de potências mundiais (ou a isso aspirantes), detonado pelo chega para lá de totalitarismos expansionistas, nos teatros europeus e do extremo-oriente. Ao contrário do que indica o superficial registo histórico-político, Mussolini não se alia a Hitler por simpatias ideológicas mas por imperiosa necessidade de sobrevivência política; ponderando os riscos, entre a potencial ameaça alemã, sobretudo após o Anschluss (a Áustria fora a potência dominante no Norte de Itália), e a paternalista arrogância inglesa, optou por neutralizar a primeira.
(2) Os bombardeamentos aéreos a núcleos de população civil vinham sendo preconizados por muitos tratadistas militares desde a 1ª Grande Guerra (vide, mais à frente, nota sobre o General Douhet). Eram considerados uma técnica sucedânea dos bombardeamentos de artilharia, potenciados pelo grande desenvolvimento da arma aérea, apresentando maior eficácia e menores riscos. Supunha-se que essas acções destruiriam a moral da retaguarda e precipitariam o fim da guerra. Tal foi a lógica dos bombardeamentos ingleses em Dresden e em outras cidades alemãs (vide Jörg Friederich, O Incêndio, a Alemanha e as bombas, 1940-1945) e dos americanos em Tóquio, Hiroxima e Nagasáqui. As bombas foram especificamente concebidas para atear incêndios e matar, não só pelo impacto deflagrante mas também pelo efeito térmico e asfixiante.
(3) Vide Jesús Salas Larrazábal, Guernica, 1987, Madrid no qual o autor apresenta o resultado do inventário nominal das vítimas. Segundo Salas, nos dias 26 a 29, houve 75 enterros considerando já as vítimas que faleceram no hospital de Basurto, em Bilbau. Quando os navarros entraram em Guernica foram retirados 25 cadáveres do refúgio de Santa Maria e foram identificadas mais duas vítimas, totalizando 102 pessoas. Houve, mais tarde, 18 inscrições de óbito o que perfaz 120 vítimas, havendo no entanto dúvidas se parte destes últimos inscritos não teriam já sido considerados no primeiro número de não identificados.
(4) Entre 1.654 segundo uns, mais de 3.000 segundo outros…
(5) Vários foram os métodos de assassínio de prisioneiros e as correspondentes designações. Por exemplo, a de saca compreende o acto de, à margem de toda a legalidade, milicianos ou militantes políticos, irem aos locais de detenção de prisioneiros e selectivamente, mediante listas previamente elaboradas, ou por reconhecimento à vista, ou de forma indiscriminada retirarem os seleccionados para, de seguida, os torturarem e/ou os lincharem. Muitas vezes, a sanha de chacina era tanta que procediam ao assalto das prisões, mesmo que as forças de protecção pública o tentassem impedir, para de seguida assassinar indiscriminadamente todos os presos que encontrassem pela frente; era então o asalto.
(6) Durante esse ataque, a 4 de Janeiro, um piloto alemão que, por ter sido atingido o seu avião tivera de saltar em pára-quedas, foi atado a um automóvel e arrastado pelas ruas até morrer. Sperrle, comandante da Legião Condor solicitou verbalmente a Franco um bombardeio de represália sobre Bilbau mas Franco não o autorizou, ordenando que sem ordem expressa não se bombardeará nenhuma cidade ou centro urbano e que, quando haja necessidade de bombardear objectivos militares em povoações ou próximo delas, dever-se-á ter especial cuidado com a precisão do tiro para que se evitem vítimas na população civil (vide Mis Cuadernos de guerra, A. Kindelán, s.d., Plus Ultra, Madrid).
(7) Perto de 150.000 homens, 350 canhões e cerca de 150 aviões de combate.
(8) O Exército governamental do Norte, comandado pelo General Llano de la Encomienda, funcionava, de certa forma, regionalizado. O 1º Corpo de Exército, o de Euzkadi, que estava, na realidade, às ordens do lehendakari Aguirre, com o Coronel Montaud (francês), como Chefe de Estado-Maior, era composto por 4 divisões e 16 brigadas mistas. O Coronel Garcia Vayas comandava o 2º Corpo de Exército, o santanderino, com 3 divisões e 12 brigadas. O Corpo de Exército Asturiano, às ordens do Tenente-coronel Linares, era constituído por 7 divisões e 17 brigadas.
(9) O que foi feito sobre Arbacegui-Guerricaíz e Urruchúa.
(10) Nomeadamente, a ponte sobre o rio Oca, a nordeste de Guernica, na zona de Rentería, a única passagem rodoviária em muitos quilómetros.
(11) Não é igualmente despiciendo o facto de o arrogante Tenente-coronel Wolfgang von Richthofen (um apolítico militar profissional) se encontrar frequentemente em rota de colisão com Mola e até com o seu comandante, o Tenente General Hugo Sperrle, considerando que os espanhóis eram pouco lestos em explorar os seus êxitos militares.
(12) No seu relatório, o comandante da esquadrilha italiana afirma que apesar das dificuldades, o objectivo foi atingido, ignorando que a ponte permanecia incólume.
(13) Claramente atribuíveis aos Junkers, houve 17 impactos na periferia do núcleo urbano, junto à ponte sobre o Rio Oca, e 13 no interior do perímetro urbano.
(14) Vide, por exemplo, Joaquim Namorado, A Guerra Civil de Espanha na poesia portuguesa - uma Antologia.
(15) Entre outras, a fábrica de armas ligeiras Unceta y Cia, e as Oficinas de Guernica onde se fabricavam diversos tipos de explosivos para a Força Aérea e a Marinha.
(16) Havia em Guernica vários quartéis onde estavam estacionados os batalhões Saseta, Loiola e Guernikako Arbola. Estava lá igualmente estacionado o Comando de uma divisão do Exército de Euskadi, sob o comando do Cor. Llarch, para a defesa do sector.
(17) O que Onaindía conseguiu junto de sectores católicos progressistas, liderados por Jacques Maritain, que subscreveram um vigoroso manifesto de indignação.
(18) Em Setembro desse ano, uma comissão técnica chefiada por um engenheiro do Ministério das Obras Públicas (Estanislao Herrán), depois de ouvir múltiplas testemunhas e investigar as ruínas, elaborou um minucioso e detalhado relatório que provava sem sombra de dúvida a existência do bombardeio, incluindo dados técnicos como a localização dos impactos das bombas e as linhas de progressão dos focos de incêndio. Mas os peritos de propaganda e comunicação dos sublevados haviam decidido negar tudo e o Relatório Herrán, como viria a ficar conhecido pelo nome do seu autor, foi arquivado até Ricardo de la Cierva o ter trazido a lume.
(19) Digo provável e não evidente porque há fortes e documentados testemunhos de sapadores do Exército rebelde e mesmo de habitantes que afirmam ter visto vestígios de armadilhas incendiárias colocadas pelo Exército basco em retirada. Esta prática é aliás confirmada por Víctor de Frutos, comandante de Divisão governamental e autor do livro Los que no perdieran la guerra. Ao descrever a queda de Bilbau, Frutos afirma:
«...», a companhia (responsável pela protecção das forças em retirada) abandonaria as posições ao amanhecer, com a missão de incendiar a cidade velha, atrasando o passo às forças inimigas e aos seus tanques. «...»
No caso de Guernica esses artefactos poderiam ter sido colocados pelos bombeiros de Bilbau que, chamados por Cástor Uriarte, acorreram ao combate ao incêndio cerca das 22h00 mas cuja actuação, pusilânime e descontrolada, acabou, segundo muitos, por ser a verdadeira razão das proporções do sinistro. Uriarte e o comando dos bombeiros tomaram decisões profundamente erradas, sendo uma delas, o terem hesitado em circunscrever o incêndio pela técnica do contra-fogo, fazendo explodir os edifícios periféricos ao núcleo do sinistro. Pelas 3 da madrugada, perante o alastramento do incêndio, Cástor Uriarte deu ordem de desistir do combate às chamas pelo que os bombeiros regressaram a Bilbau.
(20) Franco e Mola desconheciam em absoluto os planos dos alemães. Ficaram profundamente irritados com a acção indisciplinada de Guernica e admoestaram os alemães. Cometeram, no entanto, o erro de se deixar influenciar por Luis Bolín que os convenceu a negarem o bombardeamento, como forma de damage control. Ao tomar conhecimento de que alguns camisas nuevas da Falange se preparavam para, uma vez conquistada Guernica, cortar o mítico carvalho, Mola mandou imediatamente guardá-lo por uma escolta de requetés.
(21) As evidentes razões políticas referem-se necessariamente à natureza simbólica da urbe e não, como alguns historiadores afirmam, à tentativa que o Exército de Euskadi estava a fazer para conseguir negociar uma rendição separada com os italianos, naquilo que viria a ficar conhecido como o Pacto de Santoña. Juan de Ajuriaguerra, presidente do Bizkai Buru Batzar iniciou os contactos com os italianos apenas após a queda de Bilbau e não antes.
(22) Com efeito, os alemães não possuíam aviões bombardeiros pesados (o que lhes viria a ser fatal na batalha de Inglaterra). A doutrina alemã da guerra aérea considerava a Luftwaffe como uma arma táctica de apoio à infantaria. A maior parte dos bombardeamentos da Blitzkrieg foi feita com aviões ligeiros de ataque ao solo, os célebres Stukas. A má prestação dos He 111 (e dos Ju-86) na GCE levou ao seu abandona e os Ju-52 eram apenas bombardeiros improvisados, sendo aviões de transporte de raiz.
(23) O general italiano Giulio Douhet (1869-1930) que, no início dos anos 20, teorizou o uso estratégico dos ataques aéreos à retaguarda inimiga, sem discriminação de combatentes e civis, largamente usado na Etiópia.
(24) Considerando tão-somente a demografia conhecida da zona (no máximo 6 mil pessoas, considerando os militares lá estacionados) e o bom-senso, já que mesmo o menor número de vítimas apresentado pelas díspares versões do mito, é superior ao que Madrid sofreu durante toda a GCE.
(25) Inicialmente concebida para dar resposta a uma encomenda do governo para um painel a integrar no Pavilhão espanhol da Exposição Universal de Paris, a tela foi rapidamente rebaptizada a fim de dar visibilidade plástica logotípica ao mito do bombardeamento daquela povoação basca.
* TEXTOS EXTRAIDOS DO BLOG "ALAMEDA DIGITAL"
(J.Luis de Andrade)
BIBLIOGRAFIA
Friederich, Jörg, Der Brand, Deutschland im Bombenkrieg 1940 – 1945, Propyläen, Munique, 2002
Kindelán, A., Mis Cuadernos de guerra, Plus Ultra, Madrid, s.d.
Casas de la Vega, Rafael, Errores Militares da la Guerra Civil, San Martín, Madrid, 1997
Martínez Bande, J. M., S.H.M.-Monografias de la Guerra de España, t. 6, Vizcaya, San Martín, Madrid, 1971
Moa Pío, Los Mitos de la Guerra Civil, La esfera de los libros, Madrid, 2003
Onaindía, Alberto de, Hombre de paz en la guerra, Ekin, Buenos Aires, 1973
La Cierva, Ricardo, La Historia se confiesa, t.3, Planeta, Barcelona, 1976
La Cierva, Ricardo, Historia esencial de la Guerra Civil Española, Fénix, Madridejos, 2001
Salas Larrazábal, Jesús, Guernica: el bombardeo, Madrid, 1981
Steer, George Lowther, The Tree of Guernika, Londres, Hodder and Stoughton, 1938
Talon, Vicente, Arde Guernica, San Martín, 1970
Thomas, Gordon et Witts, Max Morgan, El día en que murió Guernica, Barcelona, Plaza y Janes, 1976
Voltando à "297 Infanterie Division",e que foi aniquilada em Estalinegrado, apresento as divisas de um "Oberleutnant" do Regimento de Infantaria nº 523, o qual fazia parte desta divisão de Infantaria.
Esta divisão de Infantaria chegou a Estalinegrado em Setembro de 1942, quando os alemães iniciavam o ataque à cidade.Foi colocada no perímetro da cidade, na zona sudoeste nas colinas de Beketovka.
BIVAQUE OFICIAL COM "V" INVERTIDO CÕR BRANCA ARMA INFANTARIA
A placa de identificação, apesar de não pertencer ao mesmo regimento, pertence à mesma divisão de Infantaria, e foi encontrada na zona de Estalingrado, como pode constatar aqui
PLACAS DE IDENTIFICAÇÃO ENCONTRADAS NA ZONA DE ESTALINEGRADO
Alguns coleccionadores tem sentido algumas dificuldades em identificar as placas de Identificação Alemãs, no que respeita à 2GM...Em Inglês, este tipo de placas, e na gíria, são denominadas "DOG TAGS"...em alemão são conhecidas como as "ERKENNUNGSMARKEN".
Genéricamente estas placas de Identificação, eram transportadas ao pescoço do soldado, e em caso de morte do mesmo, a placa, servindo de identificação, era dividida ao meio, em que uma parte era sepultada com o soldado, e a outra metade, era dada ao comandante de companhia ou batalhão que a faria seguir para os serviços do Exército Alemão encarregues deste tipo de serviços.Tudo era devidamente organizado, e tudo registado.
Obviamente que, no "calor das batalhas" muitas se perderiam, e não era raro que os soldados não fossem sepultados sem placa de identificação, ficando anónimos para sempre.
Para terem uma ideia, na Rússia, ainda existem 100 mil soldados Alemães, dados como desaparecidos, e dispersos pelas estepes geladas, na imensidão da Terra Russa...
Seguem-se alguns textos em Inglês onde poderão compreender melhor a importância a utilidade e a génese destas placas, bem como alguma informação do que é que os Alemães têm feito pelos seus mortos, em dezenas de Países.Infelizmente em Portugal, muitos dos nossos soldados mortos em combate na 1ªGM e no Ultramar, continuam esquecidos e abandonados pelos nossos governos que se sucederam após 1974.Penso que pouco tem sido feito.Vejam o exemplo Alemão...
«The basic purpose of a soldier's dogtag is
a rather simple one: to positively identify him when he is killed, and to
provide verification if and when his corpse is exhumed at a later date. "Erkennungsmarken" were issued to every member of the
German Armed Forces and were a constant companion of the Landser; they
are therefore a worthy subject of study for students of German army life»
«As most of us already know, the basic
information included on a tag consists of a unit designation, a number, and
occasionally a blood-type letter. A soldier was issued his tag by a
company-sized unit, either when he was inducted or when his unit was mobilized
at the beginning of the war. If he lost his tag, a new one was issued by
whatever unit he was in at the time. The tags were supposed to be worn on a
string around the neck, and when the wearer was killed, the tag was broken in
half along the axial perforations and the top part left with the body while the
bottom half was used as a record of his death. These are the basics; what
follows is further information and analysis which may give the mundane dogtag
some new importance as a historical resource:»
Erkennungsmarken (identification tags, and often
abbreviated "EK") were issued to all existing members of the Wehrmacht on the
first day of mobilization in 1939.
PLACA 3ª DIVISÃO WAFFEN SS-TOTENKOPF REGIMENT
«The serial numbers on a tag were called
"Erkennungsmarken-nummern" by the Germans and every company-size unit
started issuing them with the number "1". Therefore, since the field units
mobilized in 1939 had only just begun to issue tags with their unit names on
them, the serial numbers on these early tags should be relatively low-numbered,
as we see in the examples above. Since the 1939-period rifle company contained
about 175 men (the full-strength bicycle squadron in the ca. 1939
Aufkärungsabteilung contained 158), the tag numbers on these early tags
should be lower than the strength of the unit at mobilization.»
Wartime recruits, of course,
did not enter the Wehrmacht directly through a field unit. New recruits were
first enrolled in an Ersatz (replacement) unit and issued their tags
within a few days of their induction. Based on the Soldbuchs of two FK272 men
who were inducted in June of 1944, we can formulate a likely scenario for the
issuance of their tags: a day or two within the actual time of induction of
these men (Horst Swensen & Harald Nehring), they were standing in a line
through which they were issued both their dogtags and their Soldbuchs. The
dogtags were pre stamped with the logo "INF.NACHR.ERS.KP.208" and a serial
number, but no blood type. For wartime recruits, as we can see, the initial
dogtag would be stamped with the name of some type of Ersatz unit. Since large numbers of recruits would be
issued dogtags from these units, the serial numbers can be quite high;
serial numbers for these tags over the 2000 mark are not uncommon.
Like anything else, a dogtag can be lost,
misplaced, or otherwise disposed of (one member of FK272 was brought up on
charges for attempting to sell his dogtag at a local bazaar!).
When this happened, the unit which the soldier belonged to was responsible for
issuing him a new one from their own stores. According to Wehrmacht
regulations, every field unit was required to keep an inventory of pre-named and
numbered tags equal to 20% of the unit's authorized full strength. These
field-unit-issued "replacement" tags have several points in common: for one, the
unit name on the tag will be that of a wartime field unit, and two, the serial
number should be relatively low.
One point that should be obvious by now,
after seeing how the tags were independently numbered, is that the dogtag number
and the Soldbuch serial number will not often coincide, even though they could
both be issued at the same time by the same unit. When a unit is first
organized, especially a replacement unit, it it will probably issue tags and
Soldbuchs on a 1-to-1 ratio, and the numbers may coincide for a time. At some
point in time, however, a convalescing soldier would come along who had lost his
tag and kept his book, or visa versa. The issuing unit would then find itself
issuing a tag or book without its numerically-corresponding counterpart. The
match would therefore be broken for all subsequent issues. Dogtag numbers and
Soldbuch numbers were independent.»
PLACA DE IDENTIFICAÇÃO DE PILOTO DE "STUKA"
Construction and
Stamping:
Tags were made of several materials,
depending on what period of the war they were issued and who issued them. The
earliest tags were made of aluminum, and this material appears to have been
common until perhaps 1941 or 1942, when zinc began to become more common. Zinc
remained the material of choice until war's end, even though steel superseded it
in some high-volume replacement units during the late summer and fall of 1944.
As you would expect, the use of various materials saw considerable overlapping,
with some aluminum tags being issued as late as 1943, especially amongst
specialist replacement units or field outfits which would not issue enough tags
to have to replace their stocks with tags of a newer material.
The actual shape of the tags also varied,
with the oval shape ranging from almost round to almost pointed. One late-war
field-unit tag from Gebirgs Artillerie Regt. 1057 has a series of holes
in lieu of the typical three long slots to aid in breaking the tag in
half.
There are two variations in the
orientation of the stampings, depending on who issued the tag. For some
reason, Ersatz units and many "zone of the interior" units usually
stamped their tags so that the bottom of the inscription of each half faced the
axial perforations. In other words, no matter which way you look at one of
these tags, one of the inscriptions will be right-side-up and the other will be
upside-down. Field units generally stamped their tags so that both inscriptions
are right-side-up when the tag is held with the two neck-cord suspension holes
are at the top. These orientations are not rules, however, they are
tendencies; there are sure to be exceptions!
The actual type of stamping also varied.
A few tags are stamped completely in capital letters, but most are stamped in a
combination of capitals & lower case letters. The earlier tags also tended
to use larger-sized letters. Some tags used scribed-in guide lines to help
stamp the letters in a straight line, and some do not. One tag examined still
bears pencil marks as guide lines.
According to Wehrmacht regulations, the
actualstamping was carried out in a unit's Waffenmeisterei (ordnance
section). In fact, the first tag issued by Füs.Kp.V.Gren.Div.272 (Serial
#1), was worn by Heinrich Dietz, the Waffenmeister himself!
Blank tags were requisitioned via
battalion from the Bekleidungsanforderungs-Dienstwege (clothing requests
channels).
The regs also stated that the unit name be
stamped above the serial number, but the shape of the tag leaves
more room at the center of the tag for the long unit names; it seems that it was
more common to stamp the number above the unit name, especially in the
"mirrored" inscriptions of the Ersatz unit tags.
The addition of a blood-type stamp appears
to have been a mid-war development, and may have been done by the field units
themselves. Army dogtag regulations of September, 1942, make no mention of
blood-type stamps, so they are presumably of a later date. In addition, close
examination of a number of dogtags from FK272 show markings made by the
same stamp, even though the tags originated from different Ersatz
units! This would indicate that the blood-type letters on these tags were
stamped by FK272 when the soldiers arrived. Late-war tags without blood-type
letters on them may have belonged to soldiers who were not yet assigned to a
front-line unit or they may have been souvenired from stocks of unissued
tags.
If a man was discharged, the regulations
specified that his tag was to be turned in and the inscription struck out so
that it could not be reused. The defaced tag was then turned in for
scrap.
The regulations also stated that
alterations were never to be made to any tag. The tag illustrated as example 2,
below, shows that this regulation was no more sacred than any other. Altered
tags are rare, however.
Record Keeping:
Since German tags lack the name of the
wearer, it was vital that the Wehrmacht keep careful records which would connect
the tag to the soldier's identity. Every unit (of company size) kept a special
list of every member of the unit and his dogtag inscription. This list was
known as the Erkennungsmarkenverzeichnis, and a copy was sent 10 months
after the unit's formation or mobilization to Der Wehrmachtauskunftstellefür Kriegerverluste und Kriegsgefangene (Armed Forces Information Office
for Casualties and POWs) in Berlin. Every month thereafter, the unit was
obliged to send in an update called a Veränderungsmeldung (change
report), of the same format, which listed only new tags, replaced tags, or tags
lost due to transfers or casualties.
Usage and Wear:
According to the regs, the tag was to be
hung around the neck from a field-gray, 0.2 dia. cord which was 80cm long. We
do know, however, from talking to veterans that the Landser occasionally decided
to keep his tag elsewhere. H.M.1942 Nr.479 was an order which dealt with this
problem:
There have been recent
incidents where fallen soldiers could not be identified and severely wounded or
sick patients could not be processed in hospitals because the soldiers were
carrying neither identity disc nor Soldbuch. We have only to notice the vast
numbers of inquiries or photograph searches for the effects of
this. The stress this
transgression creates for next of kin (not knowing the fate of a loved one for
months, delays in securing last effects, difficulty in making out death
certificates and supply requisitions etc..) has already been communicated. It
also causes an increase in written
correspondence.The soldier must wear his tag on a string around his neck; carrying
it in his pack, his wallet, or a pants pocket is forbidden, Likewise is the
Soldbuch always to be carried in the tunic pocket, never left in a pack.
Inspections should be made as often as possible at roll-call, quarters
inspections, and when falling out for duty. Every unit (including medical
facilities) has the soldier has both his dogtag and his
Soldbuch.
The Deutsche Dienststelle (WASt) is a German Agency (WASt) based in Berlin which maintains records of members of the former German Wehrmacht who were killed in action. Formerly called the Wehrmachtsauskunftstelle this agency also provides information about the fate of foreign and German soldiers as well as prisoners of war in Germany. This kind of information is used for civil proceedings as well as an official register of war graves.
CEMITÉRIO ALEMÃO EM FRANÇA
Kassel, March 2012 - The Volksbund Deutsche Kriegsgräberfürsorge e. V. is a humanitarian organization which is charged by the Federal Republic of taking care of registering the German war dead abroad and to ensuring that it is updated and monitored. The German Public Alliance advises relatives of war grave care, supervises public and private sites, supports international cooperation and assists within the sector of war grave care and fostering the engagement of young people in the last resting-place of the war-dead.
Today the Volksbund includes more than 400,000 active members and donators as well as more than one million interested people and persons who occasionally contribute to our organization. With their contributions and legacies and income from inheritances and bequests as well as the income from house and street collections, which take place every year, the Volksbund finance their own activities to almost 75 percent. The rest is made up from the public contributions of the federation authorities of the countries.
The non-commercial Volksbund organization was founded December 16, 1919 out of necessity. The young republican government was neither politically nor economically in a position to take care of the graves of the soldier’s killed in action. This was mainly assigned to the Volksbund which was understood as a citizens’ action committee. From then until the beginning of the thirties, the Volksbund expanded the number of war graves. From 1933 on, the leadership of the Volksbund submitted themselves of their own accord to the political alignment of the National Socialist regime.
The construction of the military cemetery of the Second World War was undertaken by the grave care service of the armed forces. It was not until 1946 that the Volksbund could take up their humanitarian activity. In a short time they managed to construct more than 400 war gravesites in Germany. In 1954 the Federal Republic commissioned the Volksbund to identify, protect and maintain German soldier’s graves overseas.
Acting within the scope of bilateral agreements, the Volksbund started their work within Europe and Northern Africa, being responsible for 825 war gravesites in 45 countries with about 2.5 million war dead soldiers. More than 9,000 volunteers and 560 salaried employees fulfil the various activities of the organisation today.
After the political revolution within Eastern Europe the countries of the former Eastern Bloc were included in the work of the Volksbund. Approximately three million German soldier’s had lost their lives in the eastern countries in World War II. i.e. more then twice as many as the rest of the war gravesites in the West which brought the Volksbund immense challenges not least that more than 100,000 graves were difficult to find, had been destroyed, had been overbuilt or had been plundered. Regardless the Volksbund took care, repaired and constructed more than 300 cemeteries of World War II and the 190 grounds out of World War I in Eastern, Central and South Europe. There are 55 central cumulative cemeteries. Approximately 716,000 war dead have been reinterred.
The Volksbund founded the phrase “Gedenken und Frieden” - “Remembrance and Peace” to explain its purpose and guarantee long-term safeguarding.
The Volksbund enshrines the remembrance of the war dead by constructing and conserving the cemeteries. The huge burial grounds remind the people of the past and confront them with the consequences of war and violence.
To these purposes the Volksbund arranges trips to war graves and organizes national and international youth camps at war graves and memorials to care for and maintain military cemeteries and it works in schools and other youth organisations to inform them of its work and engage with young people. The motto for these activities: “Reconciliation above the graves”. Further the alliance founded meeting places and places for education for teenagers close to four cemeteries, where school classes/groups and youth groups are able to become involved with projects designed to promote peace, reconciliation and understanding.
The Bundeswehr and Reservists Association are supporting the Volksbund by working on national and international war graves, by organizing workcamps, at commemorative events as well as in the carrying out of house-to-house and street collections.
The Volkstrauertag (day of national mourning in Germany), which is in November each year is arranged by the Volksbund nationwide and solemnized by important political and social bodies as well as the German population. That day is a day of remembrance and a demand for peace.