domingo, 12 de outubro de 2014

UM PORTUGUÊS NA DIVISÃO AZUL




O nosso colaborador e historiador Ricardo Silva, enviou-me esta pequena biografia de um combatente Português, na Divisão Azul, que faço questão de a publicar. Agradeço desde já a gentileza do Ricardo Silva, em autorizar a publicação, pois fará parte do livro que irá sair, sobre os Portugueses que combateram na URSS, nas fileiras da Divisão Azul Espanhola.



Soldado Francisco da Costa Ferreira

Montalvo, Constância – 26/02/1907

Corria o dia 20 de Maio de 1907, quando na Igreja de Nossa Senhora d’Assunção foi baptizado Francisco Ferreira. Durante a sua juventude os pais mudaram-se para Lisboa e em 1923, com apenas dezasseis anos, deu-se como voluntário para o Exército Português e fez a sua instrução no Regimento de Sapadores Mineiros, tendo passado dois meses no Depósito Disciplinar no Forte de Elvas antes de ser transferido para o Batalhão de Automobilismo, onde foi licenciado em 1926.
Dez anos mais tarde procurava sobreviver num Portugal a braços com a miséria, sem encontrar trabalho. O seu pai havia falecido, e tanto a mãe como o irmão haviam voltado a Montalvo onde passavam necessidades.
O português acabou por se alistar na Legião em Talavera de la Reina, assinando um contracto de três anos a 23 de Dezembro de 1936. Foi incorporado na 39ª/X Bandeira e ferido em combate, atingido por estilhaços na perna direita quando combatia em Cuesta de las Perdices, na Frente de Madrid, tendo cumprindo vinte e oito meses na linha da frente com a especialidade de morteiro. A 26 de Dezembro de 1938, o Major Rosa Bastos do M.M.P.O.E. escreveu uma carta à mãe do legionário português, que na resposta revelou estar «ansiosa por saber notícias do meu filho, para o qual faço votos, que cumpra a sua missão em forma que honre o bom nome do nosso Portugal», narrou também a miséria em que vivia com o irmão do legionário e que em Agosto de 1937 recebera um certificado e pedira dinheiro emprestado para viajar até Lisboa e levantar esse valor no Consulado de Espanha em Lisboa, ficando a saber que apenas em Espanha o poderia fazer.

Em Abril de 1939 terminou o conflito e pouco tempo depois terá sido licenciado, com uma Cruz de Mérito Militar e uma Medalha de Campanha. No entanto, em 1942 encontrava-se na capital espanhola e dirigiu-se à sede da Falange, onde se alistou na Divisão Azul. Em Maio desse ano deu alta no Regimento de Infantaria 263, onde combateu com determinação e eficiência, sendo galardoado com um Distintivo de Assalto em Prata, prova da participação em múltiplos combates corpo-a-corpo. Foi repatriado a 10 de Agosto de 1943.
    DIPLOMA ALEMÃO QUE ATESTA A ENTREGA DO DISTINTIVO DE ASSALTO GRAU PRATA, AO DIVISIONÁRIO FRANCISCO FERREIRA DA COSTA



                                       DISTINTIVO DE ASSALTO GRAU PRATA
                                        (COLECÇÃO VIRIATOS MILITARIA)

O Distintivo de Assalto de Infantaria,  em grau "prata" era de facto de uma beleza ímpar.A qualidade de fabrico era muito refinada, tornando-o muito atractivo.
O distintivo foi desenhado pela C.E. Juncker de Berlin, sob a direcção do OKH, tendo sido instituído o grau "prata" no dia 20 de Dezembro de 1939, pelo General Brauchitsch.
Existia ainda uma outra versão em "bronze"que tinha sido instituída em Junho de 1940, sendo esta versão para as tropas de Infantaria Motorizada.

Os critérios de entrega eram os seguintes (grau prata):

1) Ter tomado parte em três ou mais assaltos de Infantaria
2) Ter participado em três ou mais contra ataques, ou então a combinação entre o ponto 1) e 2)
3) Ter participado em três ou mais operações de reconhecimento.
4) Ter participado em combate de corpo a corpo, em determinada posição.
5) Ter participado em três dias separados na restituição de posições de combate.

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