sexta-feira, 31 de outubro de 2014

56 ^ FEIRA MILITALIA



Começa amanhã, em Milão, a 56ª Edição da maior Feira de Militaria em Itália- MILITALIA

Como é tradição neste blogue, em breve, farei a respectiva reportagem fotográfica.
O tema da feira, vai ser a Europa em 1914, comemorativo dos 100 anos do início da 1ªGM.

domingo, 12 de outubro de 2014

UM PORTUGUÊS NA DIVISÃO AZUL




O nosso colaborador e historiador Ricardo Silva, enviou-me esta pequena biografia de um combatente Português, na Divisão Azul, que faço questão de a publicar. Agradeço desde já a gentileza do Ricardo Silva, em autorizar a publicação, pois fará parte do livro que irá sair, sobre os Portugueses que combateram na URSS, nas fileiras da Divisão Azul Espanhola.



Soldado Francisco da Costa Ferreira

Montalvo, Constância – 26/02/1907

Corria o dia 20 de Maio de 1907, quando na Igreja de Nossa Senhora d’Assunção foi baptizado Francisco Ferreira. Durante a sua juventude os pais mudaram-se para Lisboa e em 1923, com apenas dezasseis anos, deu-se como voluntário para o Exército Português e fez a sua instrução no Regimento de Sapadores Mineiros, tendo passado dois meses no Depósito Disciplinar no Forte de Elvas antes de ser transferido para o Batalhão de Automobilismo, onde foi licenciado em 1926.
Dez anos mais tarde procurava sobreviver num Portugal a braços com a miséria, sem encontrar trabalho. O seu pai havia falecido, e tanto a mãe como o irmão haviam voltado a Montalvo onde passavam necessidades.
O português acabou por se alistar na Legião em Talavera de la Reina, assinando um contracto de três anos a 23 de Dezembro de 1936. Foi incorporado na 39ª/X Bandeira e ferido em combate, atingido por estilhaços na perna direita quando combatia em Cuesta de las Perdices, na Frente de Madrid, tendo cumprindo vinte e oito meses na linha da frente com a especialidade de morteiro. A 26 de Dezembro de 1938, o Major Rosa Bastos do M.M.P.O.E. escreveu uma carta à mãe do legionário português, que na resposta revelou estar «ansiosa por saber notícias do meu filho, para o qual faço votos, que cumpra a sua missão em forma que honre o bom nome do nosso Portugal», narrou também a miséria em que vivia com o irmão do legionário e que em Agosto de 1937 recebera um certificado e pedira dinheiro emprestado para viajar até Lisboa e levantar esse valor no Consulado de Espanha em Lisboa, ficando a saber que apenas em Espanha o poderia fazer.

Em Abril de 1939 terminou o conflito e pouco tempo depois terá sido licenciado, com uma Cruz de Mérito Militar e uma Medalha de Campanha. No entanto, em 1942 encontrava-se na capital espanhola e dirigiu-se à sede da Falange, onde se alistou na Divisão Azul. Em Maio desse ano deu alta no Regimento de Infantaria 263, onde combateu com determinação e eficiência, sendo galardoado com um Distintivo de Assalto em Prata, prova da participação em múltiplos combates corpo-a-corpo. Foi repatriado a 10 de Agosto de 1943.
    DIPLOMA ALEMÃO QUE ATESTA A ENTREGA DO DISTINTIVO DE ASSALTO GRAU PRATA, AO DIVISIONÁRIO FRANCISCO FERREIRA DA COSTA



                                       DISTINTIVO DE ASSALTO GRAU PRATA
                                        (COLECÇÃO VIRIATOS MILITARIA)

O Distintivo de Assalto de Infantaria,  em grau "prata" era de facto de uma beleza ímpar.A qualidade de fabrico era muito refinada, tornando-o muito atractivo.
O distintivo foi desenhado pela C.E. Juncker de Berlin, sob a direcção do OKH, tendo sido instituído o grau "prata" no dia 20 de Dezembro de 1939, pelo General Brauchitsch.
Existia ainda uma outra versão em "bronze"que tinha sido instituída em Junho de 1940, sendo esta versão para as tropas de Infantaria Motorizada.

Os critérios de entrega eram os seguintes (grau prata):

1) Ter tomado parte em três ou mais assaltos de Infantaria
2) Ter participado em três ou mais contra ataques, ou então a combinação entre o ponto 1) e 2)
3) Ter participado em três ou mais operações de reconhecimento.
4) Ter participado em combate de corpo a corpo, em determinada posição.
5) Ter participado em três dias separados na restituição de posições de combate.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

MUSSOLINI " BATISSEUR D'AVENIR" -DE HOMEM CHRISTO (FILHO)


(Colecção Viriatos Militaria)

Apresento hoje um livro raríssimo, muito curioso, e recentemente adquirido, sobre Mussolini e o Fascismo Italiano, na sua edição de 1923 em língua Francesa. Escrito por um Português, e Nacionalista-Homem de Christo (filho).


Quem foi então este Homem de Christo?


Francisco Manuel Homem Cristo nasceu, a 5 de Março de 1892, em Lisboa, perto do Lumiar, na Quinta da Torre, propriedade de sua mãe D. Laura Amélia da Silva Cristo, onde seus pais viviam ao tempo. Dotado de inteligência muito precoce e de extrema vivacidade de espí¬rito, o meu biografado distinguiu se, desde criança, como um estudante invulgar. Podia considerar se, mesmo, um menino prodígio. Assim, já aos seis anos lia e escrevia muito bem e não lhe eram estranhos uns rudimentos de gramática, história pátria, coreografia, aritmética e ciências naturais. E, apenas com nove anos de idade, ainda de calçãozito e fatos infantis, entrou para o Liceu de Viseu, terra onde seu pai estava colocado nessa época, no regimento de Infantaria 14.

Para se poder matricular no ensino secundário, tornou se necessário a Francisco Homem Cristo obter, dada a sua diminuta idade, uma por¬taria especial do Ministério de Instrução Pública.

Do Liceu Visiense passou o moço e distintíssimo estudante para o de Coimbra, do qual foi expulso, salvo erro, por chefiar a greve académica daquele estabelecimento de ensino que secundou a da Universidade, provocada pela reprovação de José Eugênio Dias Ferreira, quando o jovem doutorado defendeu tese para lente da mesma Universidade. Homem Cristo, Filho, que estava, então, no 7.º ano do Liceu, terminou o seu curso secundário em Lisboa, matriculando se, em seguida, na Universidade da Lusa Atenas, onde entrou, também por portaria especial, com dezasseis anos incompletos.

Em Coimbra, Homem Cristo, Filho, distinguiu se, brilhantemente, no meio académico, pelo seu feitio atrevido, inconformista, combativo cem por cento. Ardoroso paladino dos princípios republicanos, romantica¬mente imbuído das ideias de emancipação social apregoada pelos apóstolos da Revolução Francesa, fundou ali o semanário «A Verdade», de tendências acentuadamente jacobinas, onde publicou artigos de extrema violência contra alguns dos Professores da Universidade. Isso valeu lhe a expulsão daquele estabelecimento de ensino, logo no seu 1.º ano de Direito, em virtude de um complicado incidente com os lentes que o examinavam, durante o decorrer de um acto. O incidente em que o jovem estudante afirmou, galhardamente, o seu feitio revolucionário, rebelde a todas as sugestões e tutelas, foi considerado, apenas, como uma demonstração de indisciplina académica.

Terminaram, assim, por forma tão abrupta e sensacional os estudos oficiais do moço republicano. Isto por ao tempo não existir no País outra Faculdade de Direito, além da de Coimbra e Homem Cristo Filho não querer, teimosamente, seguir outro curso.

Escrevendo com rara espontaneidade e muito brilho, num estilo literário bastante pessoal, nervoso, vivo, ágil, fulgurante, cortado às vezes por bruscos repelões de génio, inesperadas sacudidelas de elocução, o já talentoso iluminativo enveredou pelo jornalismo e começou a colaborar no diário «A República», prestigiosa folha política, dirigida pelo Dr. António José de Almeida. Os seus editoriais nesse curioso matutino defendendo os Imortais Princípios de 89, atraíram a atenção dos meios cultos pelo vigor do estilo, pela limpidez da forma, pela sonoridade grave do seu ritmo.

De 1907 em diante, a vida de Homem Cristo, Filho, teve o seu quê de aventurosa. Tornou se numa galopada frenética, difícil de seguir e evocar. O seu irrequietismo político preocupou, então, a vida do regime. Foi acusado de anarquista, esteve sob a vigilância apertada da Polícia, até que teve de fugir de Portugal para o Brasil. E na própria tarde em que se recebeu, no Rio de Janeiro, a notícia do regicídio de Fevereiro de 1908, Homem Cristo proferiu uma conferência para revelar os cordéis misteriosos do atentado, conferência que obteve largo sucesso de imprensa na capital brasileira. Regressou, logo a seguir, a Portugal.

Como escreveu um seu biógrafo, Homem Cristo como «quase todos os moços da sua época, sentia a dinamite rubra do anarquismo a correr lhe nas veias. A polícia vigia o. Fala se num complot contra o rei de Espanha onde Ferrer acaba de ser fuzilado nesse forte sinistro de Montjuich. Abandona pela segunda vez Portugal, corre para França, com uma curta paragem em Madrid. A polícia espanhola tem no nas fichas com a designação de «anarquista perigoso». Em Paris, no Quai d’Orsay, é esperado por Octávio Mirbeau — o célebre romancista — que estreita, comovido, nos seus braços — o jovem estrangeiro, irmão nas ideias revolucionárias.»

Isto, logo após a proclamação da República no nosso país, regime que ajudara a implantar com os seus escritos abrasantes, mas que desiludido começou a atacar com rara violência e desassombro, na imprensa nacional. Repetia se com Homem Cristo o que acontecera com outro jornalista de raça, Cunha e Costa. Talvez que os motivos que levavam o moço a essa reacção contra a República nascente, fossem aqueles que conduziram o notável advogado lisbonense aos mesmos trilhos de aberta e corajosa hostilidade à política desse tempo: «a verificação de que todos os responsáveis pela consolidação e progressos do regime outra coisa não faziam do que atraiçoar, sucessivamente, a obra da propaganda republicana; o espectáculo triste exposto aos olhos de todos no palco da vida nacional, da turbulenta campanha contra os adesivos, revestida de feroz carácter demagógico; o divórcio insofismável entre a República e o País, convertido o regime no fomento dos interesses de uma casta fechada, de uma oligarquia, de um bando de dentes vorazes e muito alimento; a reincidência por parte dos governantes de todos os erros que haviam perdido a monarquia; a entrada do novo regime numa política estouvada e sectariamente anti religiosa que a consciência pública e a razão de Estado excluía; o conhecimento de que, ao provimento de todos os cargos da República, presidiu o arranjismo, cada qual tratando de anichar, com impudor nunca igualado pela monarquia, os parentes, amigos e aderentes; a constatação de que, fazendo tábua rasa dos elementares ditames do patriotismo, os governantes democráticos pretendiam escamotear, d’emblée, oito séculos de história, assinalando por nascimento, à nação, o dia 5 de Outubro de 1910.»

Transplantado dos horizontes frios e agitados de Madrid, para os horizontes mais sortílegios e estéticos da capital francesa, Homem Cristo, Filho, «começa imediatamente a insinuação subtil mas firme no meio parisiense. Trava relações… Consegue entrar nos jornais. O Éclair contrata o; o seu nome surge em vários magazines. É então que planeia uma grande revista, Cosmopolis, que deve ser feita em Paris, redigida em português e destinada ao Brasil. Segunda viagem ao Rio. Inauguração do monóculo que o deve estigmatizar; do monóculo que se fosse conhecido no tempo de Luís XIII teria sido aplicado à órbita de D’Artagnan. Banquetes a que assiste o próprio Presidente da Repú¬blica. Volta a Paris — mas o plano fracassa… Intensifica a sua obra jornalística na imprensa francesa. Escreve no Intransigeant, no Journal e na Information» — assinalou o Reinaldo Ferreira, o talentoso jornalista.

Mercê da perseguição que lhe foi movida por João Chagas, nosso Ministro na Cidade Luz, o rude batalhador político de que me venho ocupando foi obrigado a abandonar a França. Já era tal, porém, a pro¬jecção do nome de Homem Cristo na capital gaulesa (contava, apenas, vinte anos de idade) que a ordem governamental para a sua expulsão do território francês originou numerosos protestos, campanhas de imprensa, abaixo assinados dos mais destacados nomes do intelectualismo gaulês e até uma interpelação no próprio Parlamento.

Mercê desse movimento de solidariedade para com o nóvel quanto vigoroso publicista lusíada, a decisão a que me referi foi revogada e Homem Cristo pôde voltar a estabelecer em Paris, a sua tenda de jornalista diplomata.

Os franceses cultos admiravam no não só pelos fulgores do seu privilegiado talento mas, também, pelo encanto da sua convivência pessoal. Homem Cristo possuía, na verdade, autênticas qualidades de charme.

Posto em contacto com o doutrinarismo social de Georges Sorel, primeiro, e depois com o doutrinarismo político da Action Française, que então avassalava e surpreendia os meios intelectuais da velha Gália, o meu biografado sentiu, fortemente, a sua influência. De Portugal, através dos livros e das revistas de carácter contra revolucionário, chegavam até ele, os ecos vibrantes do apostolado integralista! Foi rápida, meteórica, a sua evolução política. Talvez que, para ela, muito tivesse concorrido a convivência pessoal com Alberto de Monsaraz, um dos mais inteligentes, entusiásticos e sacrificados arautos do Integralismo Lusitano, cujo ideário ajudou a formar e a fortalecer, e que foi, em Paris, um dos mais dilectos e constantes companheiros do autor do «Les Porte Flambeaux».

Como narrou, ainda, o nosso Reporter X, as suas relações parisien¬ses tomaram, então, um novo rumo, uma directriz diferente. «Frequenta salões da vieille roche… Adere à monarquia… É baptizado na Igreja da Madalena pelo próprio bispo de Paris. Fala se que os par¬tidários do antigo regime vão confiar lhe como que uma embaixada na capital da França. Vários marechais do partido têm ocasião de experimentar a sua actividade, a sua inteligência e a sua influência. Uma única hostilidade: a da ex rainha D. Amélia… Mas Homem Cristo acabará por vencê la num dos seus mais admiráveis golpes…

O nosso ministro em Itália é entrevistado pelo Popolo Romano e aprecia, em termos pouco lisonjeiros, a ex rainha de Portugal. Homem Cristo lê a entrevista e em acto contínuo envia dois telegra¬mas: um ao dr. Eusébio Leão e outro ao director do jornal. Desafia os a ambos para um duelo de morte. Os telegramas são recebidos — mas os destinatários têm a imprudência de se rir do espadachim audaz… Mal fizeram… Quinze horas depois desembarcava Homem Cristo em Roma… Procura Eusébio Leão, que recusa bater se… O director do Popolo, escudado na atitude do diplomata, prefere entrar em acordos com o adversário. Publica lhe na primeira página o retrato, um artigo seu de desafronta à rainha — e compara o aos nobres e cavalheirescos gentil homens de outrora — sempre prontos a floretear a espada em defesa da sua dama.»

Numas vagas acalmias da política portuguesa, que lhe permitiram o regresso ao seu país, Homem Cristo fundou e dirigiu em Lisboa, a «Ideia Nacional», revista literário política, de acentuada feição anti democrática, e o jornal «Restauração» de carácter monárquico. Incompatibilizado por questões ideológicas com os realistas constitucionais portugueses, regressou de novo a Paris, onde se manteve até ao triunfo da revolução de 28 de Maio de 1926, chefiada pelo General Gomes da Costa.

Durante o consulado de Sidónio Pais, que tanto admirou e sobre quem escreveu um estudo magistral, o meu evocado foi, na Cidade Luz, o verdadeiro embaixador do nosso país.

Mal soube em Paris da arrancada Gloriosa do Exército e da instau¬ração entre nós de uma Ditadura Militar, Homem Cristo Filho fez as malas e abalou para Lisboa. Foi então que fundou, na capital, o diário «Informação», modelo perfeito no género, uma amostra inédita, entre nós, do jornalismo europeu. Esse diário foi posto ao serviço da situação polí¬tica nascente, de que foi partidário fervoroso.

Em virtude da publicação de um artigo de crítica ao Ministro Sinel de Cordes, inserto no referido vespertino, eis de novo expulso de Portugal um dos mais garbosos, gentis e brilhantes jornalistas lusíadas da sua geração.

Em Paris fundou e dirigiu a Chez Fast, casa editora e simultanea¬mente casa de chá. Nela se realizavam as reuniões dos Amis des Lettres Françaises, onde se agrupavam os maiores nomes do intelectualismo, da política, da ciência, da arte, da aristocracia, da finança, do exército franceses.

Por 1926, foi Homem Cristo eleito Presidente da Associação da Imprensa Estrangeira de Paris, terra em que estavam, nessa época dis¬tante, os mais notáveis correspondentes dos mais importantes jornais do mundo. Tinha trinta e quatro anos.

Homem Cristo, Filho, falava e escrevia francês como um francês culto, e nessa língua publicou cinco belos livros: «Le Portugal contre l’Alemagne», em 1918; «Le Cinéma des Jours», em 1918; «Les Porte Flam¬beaux», em 1920; «Mussolini, Batisseur de l’Avenir», em 1923, e «Le Parc du Mystére», de colaboração com Madame Rachilde, em 1924.

Figura mental de cimeiras altitudes, nacionalista e contra-revolucionário convicto e apaixonado, o escritor lusitano morreu em 12 de Junho de 1928, às portas de Roma, de um estúpido desastre de automóvel. Ia ter uma conferência com o Duce, que tinha por ele extraordinária estima e admiração, sobre a organização do Congresso das Nações do Ocidente, a realizar na capital italiana. Devia partir para o Brasil, Argentina e outros países da América, fazer a propaganda do Bloco das Raças Latinas, que foi o seu grande sonho. Que vida tão curta, para glória tão alta!

Em Itália foram-lhe prestadas, pelo Fascismo, honras de Príncipe, no funeral mandado fazer por Mussolini, e os seus restos mortais repousam em Roma, no ajardinado cemitério de S. Lourenço, num pequeno monumento que, sob o signo do Litório, o mesmo estadista lhe mandou erigir e onde pode ler-se o epitáfio seguinte, que ele próprio quis compor:

A FRANCESCO DE HOMEM CHRISTO

SCRITTORE
PORTOGHESE DE ORIGINE

CITTADINO DE ROMA NELLO SPIRITO E NELLA FEDE


Por Cláudio Correia d’Oliveira Guimarães (in «Gil Vicente», n.º 11/12, Novembro/Dezembro de 1956, vol. 7, págs. 165/171)