terça-feira, 26 de junho de 2012

"A CAMINHO DE MADRID"-DOCUMENTÁRIO PORTUGUÊS

Boa Noite,

O que vão ver aqui neste video, é um documentário,que  apesar de falado em Castelhano foi  feito por Portugueses, durante a Guerra Civil Espanhola, e que é de uma raridade extrema.As alusões a Portugal neste video são evidentes.

                                        
                        VIRIATOS PORTUGUESES NO DESFILE DA VITÓRIA EM 1939


A CAMINHO DE MADRID,A LONGA METRAGEM LUSA SOBRE A GUERRA


A longa metragem de Anibal Contreiras foi a obra mais ambiciosa da propaganda cinematográfica Portuguesa sobre a Guerra Civil de Espanha.A Caminho de Madrid foi, naquele tempo, o titulo mais citado pelos investigadores que escreveram sobre o cinema neste período.
O filme de Contreiras, com 60 minutos de duração e do qual não há cópias na Filmoteca Espanhola nem na Portuguesa, foi rodado como uma reportagem itinerante entre Salamanca e Madrid, narrando o avanço das tropas Nacionalistas até à Capital Espanhola, cuja conquista se considerava iminente em Novembro de 1936, quando a equipa cinematográfica Portuguesa se lançou à aventura pelo território em poder dos Nacionalistas.

FILMAGEM PORTUGUESA FALADA EM CASTELHANO
A filmagem expressamente autorizada pelo General Franco, realizou-se com rapidez, para se aproveitar a oportunidade propagandistica do momento.
Os Nacionalistas tinham-se revelado imparáveis, a partir do momento em que empreenderam a marcha triunfal em direcção a Madrid, e todos esperavam uma derrota Republicana, antes do fim de 1936.Com urgência, "A Caminho de Madrid",que, segundo o jornal "A República", foi o primeiro documento sonoro Português,estrearia no cinema Politeama de Lisboa, no dia 10 de Dezembro daquele ano, e rapidamente seria exportado para o Brasil e outros países Latino-Americanos, sendo um dos poucos filmes de propaganda Nacionalista, que tiveram ampla repercussão Internacional.




A rodagem surgiu como uma encomenda da produtora "Sociedade Universal Superfilmes" (SUS), propriedade do Diário de Noticias, feita a Anibal Contreiras, que o contrata para filmar o ataque Franquista a Madrid.
No inicio de Novembro de 1936, Anibal Contreiras atravessa a fronteira em Fuentes de Oñoro, num Renault, acompanhado por Francisco Ribeiro Ferreira, Guilherme de Street Arriaga e Cunha (Conde de Carnide), Jorge Rodrigues e o correspondente do "Diário de Notícias" José Augusto.
A partir de Salamanca, Contreiras começa a filmar imagens da guerra a caminho de Madrid:personagens,paisagens e cenas bélicas,durante um trajecto automobilistico ao encontro da grande batalha que se preparava na capital.Ávila,Talavera de la Reina,Toledo,todas as cidades foram registadas no seu filme,com uma especial sensibilidade para os supostos destroços causados pela Artilharia Nacionalista,as marcas da intervenção russa e francesa do lado do exército de Madrid e a  ajuda de Portugal e dos voluntários portugueses aos insurrectos, tal como o testemunha o Républica, dois dias antes da sua apresentação:




«Desde Salamanca até à frente de Madrid, o filme revela-nos,entre outros aspectos, os formidáveis entrincheiramentos da coluna de Mangada conquistados pelas tropas do General Mola;as vedações de subterrâneos,dissimulados em Navalperal;a monumental comporta de Alberche que os Republicanos abriram com o propósito de inundando as estradas suster o avanço dos Nacionalistas;aldeias abandonadas e saqueadas;campo de aviação de Escalona,o Castelo de Maqueda,onde a luta foi feroz,os aviões abatidos pelo fogo violento dos caças;uma camioneta destruída pela metralha,a frente de Guadarrama;restos de um trimotor francês;o primeiro «TANK» Nacionalista que entrou em Madridtripulado por um voluntário Português;os agasalhos oferecidos pelas mulheres Portuguesas às tropas Nacionalistas;a fuzilaria das forças que combatem em Casa de Campo;as linhas de fogo em Cerro de Los Angeles,centro da Peninsula Ibérica;o ataque final a Madrid,etc,etc.A Caminho de Madrid....constitui um espéctáculo sensacional de flagrante interesse»




A equipa do realizador Luso termina a sua viagem na Casa de Campo de Madrid, e filma o bombardeamento da Central Telefónica, com a direcção do mesmíssimo Botelho Moniz.Mas o atrevimento em busca do exclusivo cinematográfico valeu vários sustos ao intrépido cineasta Português.Certa ocasião, foi confundido com um espião Republicano e esteve quase a ser fuzilado, como ele mesmo conta na biografia que lhe dedicou a Cinemateca Portuguesa:

«Eu precisava de um sítio bem escuro para mudar o filme da câmara mas era difícil naquele descampado, até que descobri uma casa em ruínas.Entrei e, por felicidade minha, encontrei um grande armário, em bom estado, ideal para a mudança.Meti-me dentro, mudei o filme e, de repente, violentas coronhadas na porta põe-me em pânico.Saio com as mãos do ar e, na minha frente, alguns soldados marroquinos apontam-me as espingardas, convencidos de que eu era um espião.Lá os consegui convencer da minha identidade, mas não ganhei para o susto...»






No entanto, no aeroporto de Escalona, Contreiras não teve tanta sorte e foi apanhado por uma bala perdida enquanto filmava.Em todo o caso, o destino foi benevolente com a sua coragem e ele conseguiu chegar a Lisboa são e salvo, trazendo imagens excelentes que o transformariam numa popular personalidade.

                                                             ANIBAL CONTREIRAS

O Filme foi montado rápidamente e o Diário de Notícias anuncia a sua estreia, descrevendo o documentário de Contreiras como um valioso trabalho «realizado em plena campanha sob o fogo intenso das baterias Nacionalistas em condições excepcionais de perigo e arrojo que tornam o filme ainda mais emocionante»,onde se podem ver «povoações e aldeias completamente destruídas, saqueadas e incendiadas pelas tropas vermelhas».
Apesar da publicidade feita pelo Diário de Notícias ao documentário, a publicação Lisboeta, depois de examinar as imagens recolhidas em Espanha por Contreiras, recusou-se a comprar-lhe o material filmado, considerando-o pouco objectivo e parcial.Assim, finalmente o cineasta assume a apresentação e distribuição a titulo individual,conseguindo vender as suas imagens aos noticiários da Paramount, entre outras produtoras estrangeiras.

                                                 
                                CATÁLOGO PORTUGUÊS DE VENDA DE DISTINTIVOS
NACIONALISTAS-FABRICANTE "H.CUNHA"-LISBOA-RUA DOS CORRIEIROS



                                           DISTINTIVOS DE APOIO À CAUSA NACIONAL
                                            ALGUNS FABRICADOS EM PORTUGAL

Apesar da excelente qualidade das imagens obtidas, a SUS  recusou-se a adquirir a longa-metragem e teve de ser o cineasta a apresentá-la e distribuí-la a título individual, estreando-a a 10 de Dezembro de 36, no Politeama, com o apoio do SPN. A Paramount e a Lisboa Film adquiriram-na. A Lisboa Film, que com elas montou um documetário em versão muda (em 1936), e em versão sonora em Castelhano (1938), precisamente esta que se vê no video aqui exposto.Ao que parece esta curta metragem foi encomendada pela representação da Junta Nacional de Burgos, em Lisboa.Restam poucas dúvidas de que a curta-metragem preparada para a Representação da Junta de Defesa de Burgos em Lisboa e intitulada Cerco y bombardeamento de la capital de España, resultou de uma amputação, em montagem, de A Caminho de Madrid. Em ambos se repetem os mesmos takes, os mesmos planos, os mesmos protagonistas (o oficial português da Legião, Leite de Faria, por exemplo), as mesmas referências à ajuda de Portugal à cruzada espanhola (pouco prováveis num documentário de verdadeira origem espanhola).
O elemento fundamental é a imagem do documentário, onde se vê, na parte dianteira do carro que transporta os operadores, uma pequena bandeira Portuguesa que identifica a nacionalidade dos ocupantes.
A longa metragem de Contreiras foi um bom produto para divulgar tanto em Portugal como internacionalmente, uma imagem heróica,bondosa e solidária dos povos peninsulares, que unidos, decidiram combater o comunismo, apoiando o avanço do exército Franquista até Madrid.
Esta foi a única abordagem cinematográfica ao conflito espanhol feita por Anibal Contreiras, que durante o mesmo, faria parte da secção motorizada dos Legionários Franquistas.


1 comentário:

  1. Eu conheço profundamente toda a história da Gerra civil em Espanha. Os auto-proclamados "Republicanos", não eram mais nem menos do que gente da URSS, para o grande plano de alienar a Península Ibérica para a esfera do Império Soviético. Só que nunca esperaram encontrar um homem nacionalista da envergadura de Franco, o aqual logo de príncipio se parcebeu das intenções imperialistas dos soviéticos. No princípio O ocidente estava a pensar que Franco era um nazi, mas depois aperceberam-se também do que se estava a passar,e ainda hoje em Portugal os comunistas PCP e BE não esquecem a derrota humilhante que sofreram, e odeiam os nacionalistas, odeia Salazar por ter ajudado Franco e o sonho do PCP é um dia ocuparem Belém e Saõ Bento.
    O seu intento é minar e destabvilisar a sociedade portugesa, envenenando mentalidades e vontades, tanto que os portugueses hoje não mais sabem a deferença entre o certo e o errado devido á propaganda republicana esquerdista.
    A própria constutuição vigente que foi elabiorada por soares e chunhal tem restrições de tal ordem que nenum político em Portugal pocderá ser preso por danos cometidos contra Portugal por má governaçãoe o único regime permitido em Portugal é o da repulica.

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